Teneteara, Sônia Bone nasceu na terra Araribóia, se tornou Sônia Guajajara para representar os mais de 380 anos de interrelações entre esse povo original e o povo branco.
“Todo tempo eu queria encontrar um rumo, um jeito de como trazer essa história e essa vida dos povos indígenas para um conhecimento da sociedade.”
Sônia Guajajara
Aos 15 anos, Sônia tomou rumo na busca por educação, e o caminho levou-a do Maranhão para Minas Gerais e de lá, ao mestrado em Cultura e Sociedade pelo Instituto de Humanidades, Artes e Cultura pela Universidade Federal da Bahia, sua ação política começou na coordenação das organizações e articulações dos povos indígenas no Maranhão (COAPIMA) e levou-a à coordenação executiva da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB) antes disso ainda passou pela Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (COIAB), chegou a ser candidata a vice-presidente do Brasil em 2018 e hoje tem voz no Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas.

Ao lado de defensores das vidas indígenas e da proteção ambiental, tais como Raoni Metuktire, Marina Silva, Joênia Wapichana, Mário Juruna, Davi Kopenawa Yanomami, Eliane Potiguara, Marcos Terena, Marçal de Souza, Ailton Krenak, entre tantos outros e outras, Sônia Guajajara tem muito a trazer sobre a defesa dos povos das florestas.
Agora todas as outras mulheres vão falar sobre minha felicidade – Amogwer kuzà umume’u putar herurywete haw a’e wà nehe – na altura de 1,52m, filha de pais analfabetos, Sônia cruzou fronteiras para se transformar em uma líder mundial, atuante como um dos milagres da educação.

“Pra nós, o território é sagrado, precisamos dele para existir. Vocês olham para a terra indígena e chamam de improdutiva. Nós chamamos de vida. O mundo inteiro está preocupado com o aquecimento global, discutindo efeito das mudanças climáticas, pensando formas de reduzir o gás carbônico para garantir que a gente tenha equilíbrio do clima”
Sônia Guajajara
A felicidade de Sônia é a de pertencer ao povo Guajajara, a manter sua tradição, e pela luta para que os povos originais continuem a valorizar suas origens, sua língua, seu modo de viver, seu alimento, sua terra.
O povo Guajajara é a maior representatividade indígena viva hoje no Brasil, muito de sua cultura se perdeu durante anos de luta para viver com a floresta, muito de sua religiosidade se perdeu, pelos ataques de outras religiões, atualmente um número menor de homens desejam e se preparam para ser pajé, entre os guajajara, grileiros, madereiros, garimpeiros com apoio de muitos políticos tem assassinado brutalmente guerreiros guajajara dentro das terras demarcadas. A luta de Sônia vai além, também esta para todas as mulheres guajajaras, e outras parentes indígenas.

